Como cristão, desde muito cedo eu participo de ações sociais em áreas carentes, e por causa desta prática, mais ou menos entre 2007 e 2008 fui convidado a colaborar em uma investida, agora numa região onde outrora havia um grande parque industrial. Os prédios foram abandonados, dando origem a um conjunto de favelas verticais. Por fora havia um belo prédio, mas por dentro os andares eram “loteados”, formando intermináveis labirintos onde usaram placas, papelões, plásticos... e nenhuma “unidade habitacional” possuía uma cobertura, uma vez que as moradias não precisavam de tetos, por estarem dentro de um prédio.
Em um determinado momento somos convidados a visitar uma família muito carente fora do complexo. Para minha triste surpresa, eu fui obrigado a redefinir o sentido de miséria urbana. E, resumindo ao extremo, sem perder a essência dos fatos, era uma família de três pessoas morando debaixo de uma ponte, numa estreita faixa de areia, onde passa um esgoto fétido. O patrimônio deles era um conjunto de quatro latas grandes que serviam de panelas, armário de roupas, reservatório de água e dispensa. Quando chovia muito eles “abandonavam o lar”, esperavam o leito do rio baixar e voltavam para sua casa.
Aí você pode perguntar: o que isso tem a ver com o perfil desta coluna sobre política? Eu respondo: tudo! Seguramente aquela região possui um ou mais vereadores, que poderiam buscar a junto às Secretarias de Ação Social, Ordem Pública, Saúde, Emprego e Renda... uma ação para minimizar a carência absoluta daqueles seres humanos. E a médio prazo, elaborar emendas ao orçamento municipal para ações mais contundentes naquela área. Esta é uma muitas das funções de um vereador. Então fica a dica: nas próximas eleições municipais ouça o que os candidatos propõem, e também os questione antes de escolher quem legislará em sua cidade.

Publicado por
Nelio Ribeiro
Consultor de Marketing Politico
em 22/02/2021 às 00:00